Fez ou recebeu PIX por engano? Veja o que fazer

Por Renata Baptista, g1

 


O PIX é atualmente o segundo meio de pagamento preferido dos brasileiros.  — Foto: Reprodução/TV Globo

O PIX é atualmente o segundo meio de pagamento preferido dos brasileiros. — Foto: Reprodução/TV Globo

O PIX, meio de pagamentos e transferĂŞncias desenvolvido pelo Banco Central do Brasil para facilitar as transaçþes financeiras, ĂŠ atualmente o segundo meio de pagamento preferido dos brasileiros. PorĂŠm, apesar de ter caĂ­do no gosto da população, ainda existem dĂşvidas sobre como agir em algumas situaçþes.

Na semana passada, por exemplo, o g1 noticiou o caso de uma advogada que recebeu R$ 101,4 mil por engano, em AnĂĄpolis (a 55 km de Goiânia), por meio de transaçþes de PIX. JĂŠssica Martins Cortes, de 28 anos, explicou que, apĂłs checar que a quantia tinha sido enviada por uma seguradora, ela a devolveu.

Confira, abaixo, orientaçþes para alguns desses casos:

Pix: saiba tudo sobre como funciona
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Pix: saiba tudo sobre como funciona

Fiz um PIX errado. O que devo fazer?

De acordo com o Banco Central, Ê possível cancelar a transação apenas antes da confirmação do pagamento. Após a confirmação, como a liquidação do PIX ocorre em tempo real, a transação não poderå ser cancelada.

No entanto, a pessoa que enviou o PIX pode negociar com o recebedor a devolução do valor pago. Se for possível identificar quem recebeu o valor por meio da chave PIX, o indicado Ê entrar em contato.

Mas se for usada a chave aleatória, a identificação pode ficar um pouco mais difícil. Inclusive, essa alternativa de chave foi feita justamente para garantir mais privacidade ao usuårio. Daí, o indicado Ê buscar o banco para onde a operação foi realizada, para que ele entre em contato com quem recebeu o valor.

Se mesmo com o contato a devolução não foi feita, a saída Ê buscar o valor na Justiça.

Recebi um PIX errado. Como devo agir?

De acordo com o Febraban (Federação Brasileira de Bancos), quem recebeu um PIX por engano tem que entrar em contato com o destinatĂĄrio para devolução do valor. Lembrando que a nĂŁo devolução de um PIX feito por engano pode resultar em uma ação judicial e eventuais penalidades.

Ferramentas contra fraudes

Em novembro do ano passado, o Banco Central instituiu duas novas ferramentas para evitar fraudes e auxiliar possĂ­veis vĂ­timas. SĂŁo elas:

Bloqueio Cautelar

A medida permite que a instituição que detÊm a conta do usuårio recebedor (pessoa física) possa efetuar um bloqueio preventivo dos recursos por atÊ 72 horas em casos de suspeita de fraude. A opção vai possibilitar que a instituição realize uma anålise de fraude mais robusta, aumentando a probabilidade de recuperação dos recursos pelos usuårios pagadores vítimas de algum crime.

Sempre que o bloqueio cautelar Ê acionado, a instituição deve comunicar imediatamente ao usuårio recebedor.

Mecanismo Especial de Devolução

O Mecanismo Especial de Devolução (MED) entra em cena nos casos de fundada suspeita de fraude, sejam elas identificadas pelas próprias instituiçþes envolvidas ou quando um usuårio faz um PIX e logo em seguida se då conta de que foi vítima de um golpe.

Nesse tipo de situação, Ê preciso registrar um boletim de ocorrência e avisar imediatamente o ocorrido à instituição financeira pelos canais oficiais de atendimento ao cliente: SAC, ouvidoria ou chats de aplicativos. No ambiente PIX nos aplicativos dos bancos, hå um link para o canal a ser utilizado para registrar a reclamação.

O banco da vítima, por sua vez, vai usar a infraestrutura do PIX para notificar a instituição que estå recebendo a transferência, para que os recursos sejam bloqueados. Após o bloqueio, tanto a instituição do pagador quanto a do possível golpista/fraudador têm atÊ sete dias para fazer uma anålise mais robusta do caso para ter certeza de que se trata efetivamente de uma fraude.

Caso a fraude se comprove, a instituição de destino da operação devolve os recursos para a do pagador, que deve efetuar o devido crÊdito na conta da vítima.

Sempre que um recurso for bloqueado ou devolvido, o usuårio recebedor serå notificado e, caso não se trate de fraude, poderå fazer contato com a instituição para esclarecer o caso.

O MED tambÊm pode ser acionado caso exista um crÊdito indevido por falha operacional nos sistemas da instituição envolvida.

Cabe ressaltar que o mecanismo nĂŁo se aplica nos seguintes casos: o usuĂĄrio fez um PIX por engano, por exemplo, digitando a chave errada; desacordos comerciais; ou para desfazer uma compra. Caso o cliente nĂŁo fique satisfeito com o produto entregue ou com o serviço realizado, o problema deve ser resolvido da maneira tradicional. Ou seja, o MED nĂŁo ĂŠ um mecanismo de reversĂŁo de pagamento.

Que atenção devo tomar para não errar o envio do PIX?

O Banco Central orienta que, ao incluir a chave, os dados da conta, ou utilizar o QR Code (pela leitura ou pela opção “PIX Copia e Cola”), o aplicativo da instituição indica, na tela de confirmação da operação, as informações do recebedor.

É necessário conferir se os dados batem com o da pessoa ou empresa a quem quer transferir o recurso ou efetuar o pagamento. Caso os dados não batam, é importante que busque a informação correta com o destinatário, para que confirme os dados, efetue sua operação com sucesso e evite golpes ou pagamentos para a pessoa errada.

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