O movimento dos olhos

O movimento dos olhos

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qua, 15/09/1999
Os movimentos de nossos olhos correlacionam-se com os nossos modos de pensar. Eles sĂŁo indicadores nĂŁo do conteĂşdo dos nossos pensamentos, mas do "como pensamos".
Os movimentos dos nossos olhos dependem dos processos neurológicos ativos quando da construção de nossas representaçþes. Trata-se realmente de "movimentos" observåveis para o alto, ao centro ou dirigidos para baixo, e não das interpretaçþes que cada qual pode alimentar a propósito deles: "Ele tem o olhar triste", "alegre", "sombrio", "límpido" etc.
Tais movimentos frequentemente sĂŁo rĂĄpidos (menos de um segundo) e sucedem um ao outro. Assim, prestando atenção Ă s relaçþes que existem entre a linguagem sensorial de uma pessoa e seus movimentos oculares, vocĂŞ poderĂĄ observar que:
 - quando essa pessoa exprime-se em termos visuais, ela tenderĂĄ a dirigir os olhos para o alto;
 - quando essa pessoa fala consigo mesma, ouve mĂşsica ou escuta sons na sua cabeça, seus olhos permanecerĂŁo horizontais. Quando se acha num diĂĄlogo interior, seus olhos se voltam para baixo, Ă  direita.
 - quando ela experimenta uma emoção ou uma sensação, seus olhos serĂŁo dirigidos para baixo, Ă  esquerda (tudo isso do ponto de vista do observador).
movimentos oculares
Indicaçþes Fornecidas pelos Movimentos dos Olhos (do ponto de vista do observador)
Importante: se o observado for destro, canhotos e muitas pessoas frequentemente tem as posiçþes esquerda e direita invertidas.
Precisamos igualmente saber que os movimentos dos olhos precedem a expressĂŁo verbal do pensamento. Assim, uma pessoa dirigirĂĄ, mais ou menos rapidamente, seus olhos para o alto antes de declarar: "Percebo o que vocĂŞ quer dizer." Ou os dirigirĂĄ para baixo antes de constatar que ela "se acha Ă  vontade com o seu projeto". TambĂŠm nesse caso serĂĄ a frequĂŞncia de repetição dos movimentos que poderĂĄ servir de indicador do sistema privilegiado de representação utilizado por uma pessoa.
Assim, por exemplo, se, por ocasiĂŁo de uma sĂŠrie de perguntas que faz a um de seus interlocutores, vocĂŞ prestar atenção aos movimentos oculares dele no momento em que prepara a resposta que vai dar, poderĂĄ observar que ele tem tendĂŞncia a erguĂŞ-los ou baixĂĄ-los. E poderĂĄ deduzir o sistema de representação a que ele recorre para responder. SerĂĄ suficiente entĂŁo verificar a sua hipĂłtese, colocando-a em relação com os predicados empregados quando da resposta verbal.
O movimento dos olhos ĂŠ, portanto, um outro meio de acesso aos processos internos de representação do seu interlocutor.
Frequentemente, movimentos dos olhos e predicados trabalham em unĂ­ssono. Aquele que sente utiliza o vocabulĂĄrio cinestĂŠsico enquanto seus olhos dirigem-se para baixo Ă  esquerda. Aquele que usa termos auditivos conserva os olhos horizontalmente, e aquele que emprega termos visuais desloca os olhos para o alto. Quantas vezes, aliĂĄs, em resposta a um pedido de informação, vocĂŞ jĂĄ nĂŁo observou o interlocutor responder: "Vejamos", enquanto deslocava os olhos e a cabeça para o alto, como se quisesse buscar a resposta no teto. A informação ĂŠ, Ă s vezes, tĂŁo redundante que, nĂŁo raro, ouvimos em situaçþes parecidas: "Vejamos ver."
Em outros momentos, predicados e movimentos dos olhos diferem: "Sinto-me bem nesta situação" (predicado C), acompanhado de um movimento dos olhos para o alto Ă  direita (V).
Quando predicados e movimentos dos olhos diferem, os predicados indicam o sistema com o qual a pessoa dĂĄ um sentido Ă  situação que estĂĄ vivendo. É o sistema de representaçãopropriamente dito. Os movimentos dos olhos indicam o sistema condutor que esta pessoa toma emprestado para chegar a essa representação. No exemplo anterior, a pessoa viu interiormente alguma coisa (Vi). Foi a visĂŁo desta imagem que o conduziu ao sentimento. DaĂ­ o nome de sistema condutor.
Podemos concluir que o melhor conhecimento do funcionamento do nosso cĂŠrebro abre horizontes fascinantes, ricos em consequĂŞncias prĂĄticas. Desse modo, baseando-se em observaçþes precisas, a PNL fornece um conjunto de noçþes e de mĂŠtodos que permite perceber melhor como cada qual se organiza "em sua cabeça" para construir sua experiĂŞncia da realidade. Esses indicadores objetivos (predicados e movimentos dos olhos) sĂŁo os primeiros elementos que ĂŠ necessĂĄrio dominar para utilizar tais mĂŠtodos, qualquer que seja o campo de aplicação:
 - melhoria da comunicação nas relaçþes profissionais (gerĂŞncia, negociação, venda...);
 - a ação pedagĂłgica,
 - as intervençþes que visam Ă  mudança.

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