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UNODC: Brasil apresenta ferramenta que investiga movimentações bancárias em Congresso Anticrime

SIMBA é um software que permite o tráfego pela Internet de dados bancários entre instituições financeiras e diversos órgãos investigadores.
Apresentação do software SIMBA pela Procuradoria Geral da República no Congresso sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal da ONU. Foto: UNODC
Apresentação do software SIMBA pela Procuradoria Geral da República no Congresso sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal da ONU. Foto: UNODC
A Procuradoria Geral da República (PGR) do Brasil apresentou nesta terça-feira (14), durante o 13º Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal, em Doha, a ferramenta SIMBA, Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias.
O software foi concebido para facilitar o recebimento e o processamento das informações sobre movimentações bancárias fornecidas pelas instituições financeiras nos casos de afastamento de sigilo bancário autorizados pela Justiça.
O SIMBA permite o tráfego pela Internet de dados bancários entre instituições financeiras e diversos órgãos investigadores que, ao terem os dados transferidos online, confere mais agilidade à tramitação dos processos no poder Judiciário.
O assessor de Articulação Parlamentar da PGR, Silvio Amorim, apresentou a ferramenta durante o evento paralelo “Tecnologia aplicada na investigação de crimes financeiros”, organizado pela Procuradoria em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
“O SIMBA é uma inovação tecnológica desenvolvida pela própria PGR, que tem sido bastante utilizada na investigação financeira de crimes”, afirmou o procurador durante o evento.



Prevenção ao Crime e Justiça Criminal

O crime organizado transnacional é uma das principais ameaças à segurança pública e representa um entrave para o desenvolvimento social, econômico e político das sociedades em todo o mundo. Trata-se de um fenômeno multifacetado que se manifesta em diferentes tipos de crime, tais como tráfico de drogas, tráfico de seres humanos, contrabando de migrantes, tráfico de armas, lavagem de dinheiro, entre outros.
A criminalidade organizada vem sendo influenciada pela globalização, que tem implicado em profundas transformações na vida de pessoas, sociedades e Estados. Como se sabe, as fronteiras entre os países hoje são mais permeáveis e o trânsito de pessoas, mercadorias, serviços e recursos é cada vez mais ágil. Esse processo, que facilita o comércio e a integração entre os povos, também implica mudanças radicais nas dinâmicas dos crimes e da violência. Afinal, as tecnologias que possibilitam melhorias substantivas nas vidas das pessoas também são utilizadas por aqueles que burlam as leis, cometem crimes e desafiam a justiça.
Por isso, cresce a importância da cooperação internacional e do intercâmbio de experiências em matéria de justiça criminal e de prevenção ao crime. É fundamental uma atuação articulada para enfrentar, com maior eficiência, grupos criminosos dispersos ao redor do mundo, que muitas vezes possuem alta capacidade de comunicação e organização.
Buscando respostas coerentes e eficazes para esses problemas, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) tem trabalhado em estreita cooperação com governos, organizações internacionais e da sociedade civil no sentido de fortalecer estruturas institucionais e o Estado de Direito para um efetivo controle do crime organizado e do tráfico de drogas.
Com base na Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, o UNODC tem auxiliado governos a implementar artigos da convenção e a tipificar, em suas legislações nacionais, infrações penais relacionadas ao crime organizado.
Na mesma direção, o escritório também tem apoiado a adoção de medidas visando à assistência jurídica mútua, a fim de facilitar processos de extradição, cooperação policial, assistência técnica entre países e capacitação de integrantes do sistema de justiça criminal.

Reforma do Sistema de Justiça Criminal

O respeito aos direitos humanos requer a construção de um sistema de justiça criminal justo e eficaz, capaz de controlar a criminalidade dentro dos limites colocados pelo Estado de Direito. O UNODC apoia governos no desenvolvimento de estratégias para a reforma de todos os aspectos do sistema de justiça criminal, com especial ênfase à assistência aos grupos mais vulneráveis, especialmente mulheres, jovens e crianças. 

O UNODC também trabalha com projetos sobre justiça juvenil, reforma penal e apoio às vítimas e testemunhas de crimes. Essas ações resultaram em um amplo leque de manuais e instrumentos de avaliação (em inglês) que abordam todas as áreas do sistema de justiça criminal, com base nas normas e padrões internacionais definidos pelas Nações Unidas. 

O UNODC desenvolve projetos e fornece assistência técnica nos seguintes temas: 

* Justiça juvenil 
* Reforma Penal 
* Reforma da justiça criminal 
* Justiça restaurativa 
* Alternativas à prisão 
* Apoio às vítimas 
* Violência baseada em gênero 
* Acompanhamento do desempenho do sistema de justiça criminal 

As atividades dos projetos nos diferentes países incluem uma série de intervenções, tais como: 

* Formação e treinamento 
* Consultoria 
* Reformas legislativas 
* Fornecimento de recursos a organizações não-governamentais 
* Elaboração de relatórios e manuais sobre as melhores práticas na área

Comissão sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal

A Comissão sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal é o principal órgão do sistema das Nações Unidas para a formulação de políticas e recomendações internacionais sobre questões de justiça criminal, incluindo o tráfico de pessoas, crimes transnacionais e os aspectos de prevenção do terrorismo. Ela monitora o uso e a aplicação das normas das Nações Unidas referentes a esses temas e orienta a elaboração de políticas para responder a novas questões. 

A Comissão oferece aos Estados-membros um fórum para troca de conhecimentos, experiências e informações para o desenvolvimento de estratégias nacionais e internacionais. A Comissão também coordena esforços com outros órgãos da ONU com mandato específico em termos de prevenção do crime e de justiça criminal, tais como o Conselho de Segurança da ONU, a Conferência dos Estados Partes da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional e a Conferência dos Estados Partes da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção.
A cada cinco anos, a Comissão também coordena a realização do Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal (em inglês).

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