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Agência de Inteligência (Competitiva) de Uma Empresa

Agência De Inteligência De Uma Empresa Qualquer agência de Inteligência deve ter uma estrutura adequada às atividades que irá realizar.


Assim, prefiro a divisão básica em Inteligência (análise) e Contrainteligência (proteção). Também, necessita de uma sala particular, de material adequado para realizar coleta de dados (Internet) e outro para a produção de conhecimentos de Inteligência e/ou Contrainteligência, mobiliário seguro para a guarda de documentos, bem como, nessa dependência, seja possível implantar medidas de Segurança Orgânica ou Corporativa, como queiram chamar.


Ainda, deve ter pessoal com cursos e/ou estágios que os capacitem para o desempenho das funções. O conhecimento de Informática mais aprofundado por pelo menos um integrante da agência facilita o manuseio de softwares utilizados na atividade, para a difusão, coleta, geração de cenários etc.

 O ideal é que a Agência tenha um chefe que seja assessor direto do decisor e os encarregados de análise e proteção tenham facilidade de contato com todo o corpo gerencial da empresa, seja na sede ou nas filiais. Dessa forma, a agência deverá ser dividida em Subseção de Inteligência, de Contrainteligência e de Serviços Administrativos e Arquivos. Para reduzir o emprego de pessoal, funções podem ser acumuladas.

No entanto, será sempre prejudicial ao trabalho. As representações da empresa nos diversos estados da Federação são fontes de dados importantes, desde que usem o princípio da oportunidade, particularmente, em relação aos que possam ser prejudiciais à empresa.

Para a produção de conhecimentos de Inteligência, torna-se fundamental que seja elaborado um repertório de conhecimentos necessários (RCN), baseado em assuntos que o decisor deseja saber e/ou acompanhar. Isso, normalmente, é dividido em expressões do poder (política, econômica, psicossocial e ciência e tecnologia) e/ou em áreas de interesse (público interno, imagem da empresa, concorrência etc). O RCN deve estar relacionado com o Planejamento Estratégico Organizacional da empresa e orientará o trabalho de Inteligência.

A Subseção de Inteligência também será responsável por uma área de análise de riscos e cenários. Os analistas deverão coletar dados por intermédio da Internet, de conversas, entrevistas com especialistas, pesquisas, simpósios, visitas, revistas, jornais e outros, para produzirem conhecimentos, que possam bem assessorar as tomadas de decisões, visando à consecução dos objetivos estratégicos da empresa.

Os conhecimentos prospectivos são os mais importantes para as ações futuras. A subseção de Inteligência deverá ter tantos analistas quanto possível, a fim de não sobrecarregá-los ao ponto de piorar a qualidade de seus trabalhos, por falta de tempo para aprofundamento e seleção de dados. Isso nem sempre é possível. Como já foi dito, a atividade de Inteligência é dividida no ramo Inteligência, que produz conhecimentos oportunos e pertinentes, e no ramo Contrainteligência, visando à segurança do pessoal, da informação, do material e das áreas e instalações.

 A isso se chama de Segurança Orgânica ou Corporativa. Esta, em minha opinião, a primeira medida a ser adotada, se raciocinarmos com a escassez de recursos e tivermos que estabelecer uma prioridade.
Proteger o patrimônio e diminuir as perdas já são medidas lucrativas para a empresa. A Segurança Orgânica ou Corporativa trabalhará junto com a Segurança Patrimonial da empresa. Também, fará a obtenção e a pesquisa de dados para análise.

 Os processos administrados por uma grande empresa, particularmente os que envolvem recursos vultosos, são sensíveis por serem suscetíveis à corrupção e ao tráfico de influência. Isso já é o suficiente para justificar a Contrainteligência. O artigo escrito anteriormente e intitulado “A ilusão de segurança: defendase” trata mais sobre o assunto.

No entanto, o principal é o incremento do que hoje é chamado de Programa de Desenvolvimento de Contrainteligência. A Subseção poderá ser estruturada com um chefe e dois auxiliares. Ainda convivemos com tomadores de decisão, que apesar de terem acesso e receberem muitos dados e informações, não sabem o que fazer e perdem oportunidades, ou facilitam a ação de ameaças. Isso porque informações não pertinentes e confiáveis causam mais incertezas, atrapalham e não fazem à diferença, tornando-se prejudicial ao processo decisório e a própria sobrevivência da empresa.

Assim, em síntese, a agência de uma empresa deverá ser estruturada, no mínimo, com um chefe que tenha acesso direto ao decisor, um analista com um auxiliar para a produção de conhecimentos de Inteligência, um analista com um ou dois auxiliares para trabalhar com a Contrainteligência.

Porém, um dos auxiliares acumulará a parte administrativa. O trabalho é grande e, como em qualquer projeto, a implantação de uma agência de Inteligência necessita, primordialmente, do apoio do alto escalão e de se criar uma mentalidade adequada com palestras, propagandas e esclarecimentos. Francisco José Fonseca de Medeiros

http://www.competitivainteligencia.com.br/artigos/Agencia_de_Inteligencia_de_Uma_Empresa.pdf

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